A pessoa atrás da máquina

Mariana Monteiro
2 min readJul 24, 2020

Um manifesto pela experiência de usuário e pelo pé no chão

Oi. Aqui tem uma pessoa escrevendo!

Uma pessoa preocupada com o corona vírus, com a saúde mental, com a família. Pensando nas pessoas que tem ainda mais preocupações que essas e me sentindo meio impotente na missão de salvar o mundo.

Uma pessoa com a pia cheia de louça, que conheceu a delícia de ter a própria pia limpa e sabe que pra ter uma pia limpa é preciso sujar antes.

E que tá pensando em fazer hoje macarrão com brócolis pro almoço. Com um alho torrado vai ficar ótimo.

To aqui trabalhando.

E pensando que todo mundo que tá interessado em saber sobre presença online precisa, primeiro, pensar em experiência do usuário.

Quem vem do SEO já é um pouco mais familiarizado com esse conceito. Isso pro mundo das redes sociais, imediatistas, pode soar até como uma rebeldia. Talvez seja mesmo.

Mas a questão é que sempre tem uma pessoa por trás da tela. Lendo, consumindo, pensando.

De modo que é muito importante que a gente tenha cuidado.

É legal entender o algoritmo. Mas sem entender experiência do usuário, fica muito mais fácil cair na cilada da vaidade e passar a fazer o que as pessoas querem ver. É caça níquel, é dopamina.

Respire fundo agora, pelo nariz!

Segure alguns segundos, só o quanto for confortável.

Solte prestando atenção à temperatura do ar.

(sim, é um pedido)

Ficou tudo mais claro pra você?

O que o usuário quer?

Bons conteúdos.

O que o Mark Zuckerberg quer?

Bons conteúdos.

Ele só criou a ferramenta (inclusive o whatsapp, e lucra bilhões). Quem faz e quem consome o conteúdo são pessoas, humanas, que almoçam e pagam contas.

O que o usuário quer?

Bons conteúdos.

Porque conteúdo bom é arte, é informação, é acalento. E quem não gosta?

Como toda arte, toda informação, todo acalento, tem dose certa. Pra ser sempre especial. Pra ser sempre um lugar gostoso de voltar, uma boa referência ou, simplesmente, um flerte passageiro desses que a gente guarda o nome num cantinho da memória.

(pra depois o remarketing capturar e lá vamos nós vender novamente. bem-vindos ao capitalismo!)

Conclusões práticas

Tem dia que todo mundo só quer a paz da pia limpa mesmo. Eu não tenho certeza se o Zuck pensa nisso… enfim.

Vamos seguir utilizando as ferramentas, as máquinas, a nosso favor.

Respeitando a si mesmo e ao outro e, principalmente, tendo clareza sobre como o mundo funciona e qual é o nosso papel diante da oportunidade de viver sobre ele.

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Mariana Monteiro

Jornalista, 32 anos. Renascendo pós golpe. Escrevo para marcar meu tempo no espaço. Contenho esperança. Crio um cão, sonhos e palavras. Sou feliz porque decidi!